DEUS DE JUSTIÇA

“Deus é amor, mas é justiça!”
“Deus ama, mas também é fogo consumidor!”
“Deus fará justiça!”
Essas frases feitas pairavam na minha mente sem que eu parasse para entender o seu real sentido. Comecei a refletir sobre como, talvez sem querer, criamos dois “deuses”. O Deus Senhor justiceiro do Antigo Testamento e o Deus Pai amoroso do Novo Testamento. O Deus de amor sorria pra mim sempre que eu fazia alguma coisa boa. Já o Deus justiceiro levantava uma sobrancelha e lançava um olhar de decepção sempre que eu fazia algo ruim.
Por muito tempo o termo “Justiça de Deus” era ligado a um Deus da justiça vindicativa ou retributiva. Então as pessoas tinham como preocupação conseguir méritos através de sacrifícios e penitências. Dessa forma, o Deus justo (entendido como justiceiro e castigador) era oposto ao Deus misericordioso.
Por isso eu tinha muita dificuldade em ver Deus como um pai de amor, pois eu só o via como “O Senhor Todo-Poderoso que pode me fulminar a qualquer momento se eu não obedecê-lo”. Como minha visão era equivocada! Uma má interpretação da Palavra pode nos levar aos lugares mais obscuros, muitas vezes criados em nossa própria mente.
A definição ocidental de “justiça” não se aplica todas as vezes que a palavra é citada na Bíblia. Em outras passagens, “justiça” está associada a termos como:
Reino de Deus (Mt 6.33)
Fé, fidelidade (Rm 1.17)
Justificação que traz vida, e vida eterna (Rm 5.18-21)
Amor e paz (2 Tm 2.22)
Deus não tem interesse em barganhar a nossa salvação em troca de “bom comportamento”. Ele quer que tenhamos uma relação sincera com Ele, e por consequência teremos um modo de vida justo, com justiça. Essa é a justiça que os profetas pregavam. Trata-se de um relacionamento com um Deus vivo e pessoal, e não apenas o seguir várias regras de “pode e não pode”.
No Antigo Testamento, o povo de Israel se desviara do modo justo de viver pois haviam abandonado o andar com Deus. Ser justo é muito mais do que ser politicamente correto. Não é algo que se aplique ao sistema que o mundo prega, mas sim ao que o Reino de Deus proporciona. Qual tipo de “Justiça de Deus” nós testemunhamos?

Melissa Cirino
Filha e Serva de Deus. Amo ouvir músicas e opiniões construtivas. Gosto de ficar á toa, mas a sensação de trabalho cumprido é melhor ainda. Ao receber a graça de Deus, tenho aquilo que não mereço. Ao receber a misericórdia de Deus, não tenho aquilo que de fato mereço.